quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Empreendedor Corporativo

Podemos empreender dentro da empresa?

Para aqueles que trabalham em uma empresa e não pensam em montar seu próprio negócio, chamamos de Empreendedor Corporativo ou Intra-empreendedorismo.

A ideia é que esse profissional também empreenda, mas dentro do próprio negócio, para isso é necessário ter algumas qualidades importante, a mesma que um Líder apresenta.

Envio um artigo do Prof. Marcos Hashimoto, sobre empreender dentro da empresa.

Boa leitura e fiquem com DEUS.


Seja um empreendedor dentro do seu emprego
Marcos Hashimoto  www.marcoshashimoto.com

·                   Há duas semanas tive a grata satisfação de assistir a uma palestra do americano Gifford Pinchot III, criador do termo intrapreneur, ou intra-empreendedor, durante a cerimônia de premiação do I Ranking Nacional de Empreendedorismo Corporativo, em São Paulo, promovido pela Revista Exame e pelo IBIE (Instituto Brasileiro de Intra-empreendedorismo). Relato abaixo algumas dicas que ele deu para aqueles que querem se tornar empreendedores dentro das empresas:

- Idéias são como insetos. Muitas nascem, mas poucas crescem. Nenhuma, no entanto, pode ser descartada logo de cara. Não existem más idéias, o que existe são idéias que não foram amadurecidas o suficiente. Se alguém não gostar da sua idéia, pode ser porque: a) Ele não a entendeu, nesse caso você precisa se comunicar melhor e isso requer preparação e planejamento; b) Não é o momento certo, você pode estar queimando uma boa idéia porque se antecipou em apresentá-la; c) Você não demonstrou que ela é viável, aí você precisa aprimorá-la, melhorá-la, estruturá-la, amarrar todas as pontas soltas. Se o seu chefe fizer uma pergunta sobre sua idéia e você não tiver resposta é porque existem pontas soltas que tiram a credibilidade da sua viabilidade.

- Cultive uma boa reputação. Pinchot diz que os investidores acreditam mais na capacidade do empreendedor do que na idéia em si. Para eles é melhor investir num empreendedor classe A com uma idéia classe B do que num empreendedor classe B com uma idéia classe A. Para isso, é importante que as pessoas confiem em você, que você tenha um histórico profissional com muitas realizações e bons exemplos, que você demonstre as competências para iniciar o empreendimento sugerido, que você demonstre auto-confiança, entusiasmo, determinação e comprometimento com a idéia proposta.

- Assuma a responsabilidade. A alta administração não quer que as pessoas simplesmente gerem idéias. Eles querem empreendedores completos, ou seja, que possam transformar uma boa idéia em realidade. O empreendedor interno precisa, assim, ser capaz de tocar projetos, constituir e liderar equipes, colocar a mão na massa, gerar resultados, criar valor, gerar protótipos e testar o novo produto, vender e ensinar a vender.

- Trabalhe na clandestinidade. Muitas culturas corporativas são restritivas com relação a iniciativas de funcionários. Se este for o caso da sua empresa, procure trabalhar escondido no seu projeto. Trabalhe depois do expediente, assuma que a dedicação de tempo pessoal representa uma forma de investimento seu no projeto. Não deixe que as pessoas saibam o que você está fazendo até que tenha algo apropriado para mostrar. O argumento de venda é mais eficaz quando se apresenta alguma coisa palpável. Pinchot diz: É mais fácil pedir desculpas do que permissão.

- Descubra formas de transpor as barreiras burocráticas. A burocracia é a causa da morte da maioria dos projetos empreendedores na organização. Existem várias formas de lidar com ela: Uma delas é usar as relações pessoais para agilizar os trâmites burocráticos, possuir uma boa rede de relacionamentos, tanto interna como externa à empresa, sempre ajuda a ‘tirar algumas pedras do caminho; outra forma é conquistar o apoio de um diretor e usá-lo para ‘apadrinhar’ o projeto, tirando proveito de sua influência para fazer as coisas acontecerem.

- Não espere dinheiro como recompensa. Se você espera apenas ficar rico com suas idéias vai se frustrar com o empreendedorismo, tanto interno como o externo. Mas se você for movido por realizações, desafios, projeção de imagem, reconhecimento público ou outras formas de compensação, então prossiga. Empreendedores com visão exclusivamente mercenária não são mais bem vistos em nenhum lugar. As pessoas precisam enxergar o empreendedorismo corporativo mais como uma via alternativa de carreira do que necessariamente uma fonte de remuneração adicional. Se o dinheiro vier, ótimo, mas outros fatores de motivação intrínseca devem mobilizar o funcionário a empreender. Pinchot cita uma declaração de Art Fry, o inventor do célebre bloquinho Post it quando indagado dos motivos pelos quais não abria sua própria empresa: Eu tenho dinheiro o suficiente para mim, e aqui dentro (na 3M), os engenheiros me procuram, tenho acesso a informações e recursos e as portas estão sempre abertas. Porque sair?

- Vá trabalhar todo dia com o espírito de quem será demitido. Pinchot enfatiza a necessidade de se arriscar também. O ambiente interno da empresa dá mais segurança para correr alguns riscos calculados do que o ambiente externo ao qual o empreendedor tradicional está sujeito. Dentro da empresa, as pessoas já são conhecidas, você mantém o seu salário, pode usar uma parte da estrutura da empresa, assim como o capital - se seu projeto for aprovado. Nada disso, no entanto, dá garantias de que seu projeto será um sucesso, ou, se fracassar, que seu emprego será mantido. A empresa poderá assumir o risco financeiro sobre sua idéia, ou não. Mas você estará sempre colocando sua reputação e seu cargo em jogo. Esteja preparado para o pior.
Marcos Hashimoto é professor na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), Consultor e Palestrante, doutor em Administração de Empresas pela EAESP/FGV (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas), e pesquisador do Mestrado Profissional da Faccamp autor de vários livros sobre empreendedorismo. Seu site pessoal é www.marcoshashimoto.com.


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